Mochilão pelo nordeste – Parte 5: Lençóis Maranhenses, Maranhão

Os Lençóis Maranhenses são um universo a parte dentro do Maranhão. Barreirinhas é a  cidade mais próxima, que serve como base para conhecer as famosas lagoas.

Chegamos ao Maranhão com a intenção de fazer a travessia dos Lençóis Maranhenses, mas desistimos ao avaliarmos nossas condições finais, rs… Como nós já havíamos feito a travessia do Pati e estávamos exaustos, abstraímos a ideia e focamos apenas em conhecer os principais pontos.

Para quem tem interesse na travessia, vá preparado, com calçado adequado e não menospreze a areia e o sol. É muito mais difícil de caminhar e cansa para caramba!

A travessia é feita em 4 dias, geralmente começa em Atins e termina em Queimada dos Britos, mas também existe o roteiro contrário. São cerca de 54km de travessia.

Voltando aos passeios tradicionais, os valores pagos em 2016 pela agência Eco Turismo foram:

Lagoa Azul – R$ 60,00
Lagoa Bonita – 60,00
Caburé – R$ 60,00
Atins – R$ 100,00

Todos passeios incluem transporte (pau de arara ou 4×4) e te buscam no hotel.

Lagoa Azul

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Lençóis Maranhenses, Maranhão – Foto: Amanda Grande

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Fique para o pôr do sol. É incrível. Uma sensação indescritível sentar nas dunas e ver o sol sumir.

O passeio é mais curto, mas também é possível se banhar e tirar excelentes fotos.

Lagoa Bonita

Um dos melhores e mais bonitos passeios. Dura o dia todo. O transporte te deixa no pé de uma enorme duna. Para subir, tem que ter disposição. Existe uma corda para auxiliar, pois é bem íngreme.

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Lagoa Bonita – Lençóis Maranhenses, Maranhão – Foto: Amanda Grande

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Lagoa Bonita – Lençóis Maranhenses, Maranhão – Foto: Amanda Grande

A melhor época para visitar os Lençóis Maranhenses é no auge das cheias, maio. Porém, fomos em Julho e conseguimos ver várias lagoas cheias, inclusive nadar sem dar pé em uma delas.

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Lençóis Maranhenses, Maranhão – Foto: Amanda Grande

Caburé

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Caburé, Maranhão – Foto: Amanda Grande

É uma praia quase deserta. Excelente para banho. Tem que andar muito para encontrar água no umbigo. É de perder de vista, o mar quase se confunde com o céu. Conta apenas com um restaurante próximo. Infelizmente o passeio pela agência passa rápido por aqui, se tiver tempo, procure ir por conta ou se hospede em Atins.

Atins

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Atins, Maranhão – Foto: Amanda Grande

Dizem que Jericoacoara era como Atins, uma vila remota e tranquila. Se é verdade, eu não sei, mas torço para que os paraísos fiquem sempre intactos.

Aqui tudo é mais barato e mais natural. Se você procura sossego, esse é o lugar.

Não tem as facilidades de Barreirinhas (olha que barreirinhas não tem nada…), tudo simples. Leve dinheiro e não conte com saques em bancos ou cartão de crédito. A mesma dica vale para barreirinhas.

Mochilão pelo nordeste – Parte 4: Jericoacora, Fortaleza

Em Salvador, pegamos um vôo com destino a Fortaleza. Do aeroporto fomos direto para a rodoviária, onde partiria nosso ônibus com destino a Jericoacoara.

A passagem custou R$ 74,00 R$ 83,00 (preço 2018) e foi feita pela Fretcar via estrada de asfalto e outra parte em pau de arara. O ônibus fez duas paradas super rápidas para nosso jantar e café, por ultimo, parou em um posto onde o pau de arara nos esperava para a segunda etapa.

Para chegar em Jericoacoara somente com pau de arara ou de 4×4. A vista é linda e uma aventura a parte. Segure bem seus pertences e cuide de crianças, pois balança muito.

Nos hospedamos na pousada Villa Chic. O café da manhã era maravilhoso e cheio de variedades. Uma das melhores tapiocas que comemos durante a viagem.

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

O que fazer em Jericoacoara?

Particularmente não gostei tanto de Jeri como a maioria das pessoas, achei tudo muito sujo e a praia principal nada atrativa. Porém, acho que vale a pena investir nos principais pontos turísticos. Estes sim eu me apaixonei:

1. Pôr do sol na praia da Pedra Furada

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

Essa praia é incrível. Apenas alguns minutos caminhando a partir do centro. Para assistir ao pôr do sol, basta encontrar uma movimentação em uma das ruas principais da cidade e seguir o povo. Não tem segredo.

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A praia não tem estrutura, portanto, levem água e lanchinhos. Quando o mar não está tão agitado, é boa para se banhar e super tranquila.

Também é de difícil acesso, a descida/subida é bem íngreme e possui várias pedras.

2. Lagoa do Paraíso

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Lagoa do Paraíso, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A Lagoa do Paraíso é enorme e tem diversos locais para ficar, desde os mais tranquilos aos mais badalados, como o Alchymist. Estes locais costumam ter mais estrutura e serem mais caros. Nós optamos pela tranquilidade e ficamos com a praia inteira só para nós.

Pagamos um caminhão para nos levar e buscar, custou R$ 15,00. O motorista nos levou à Pousada do Paulo e lá só pagamos o consumo. Passamos o dia inteiro em um paraíso só para nós.

3. Duna do pôr do sol

Infelizmente, minha opinião não é positiva. Há quem goste, mas eu achei lotado. Ainda no estilo: Olhou tá visto. Não acho que valha a pena. Prefiro mil vezes a Pedra Furada. O povo se amontoa em uma duna na lateral da praia principal e não vejo atrativo nenhum nisso. Quer ver pôr do sol sentado nas dunas? Vá para os Lençóis Maranhenses. Isso sim é lindo.

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Pôr do sol em Jericoacoara, Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A dica é: Quer tranquilidade? Invista em praias fora do tradicional e fora dos horários de pico

Existem opções excelentes de restaurantes em Jeri. Para todos os gostos e bolsos. Para vocês terem ideia, a média de preços de almoço e jantar ficaram entre R$ 20 ~ R$ 30.

Por se tratar de um mochilão, fiquei em Jeri por apenas 2 dias completos. Se tivesse mais tempo, com certeza ficaria mais um dia na Lagoa do Paraíso.

 

Nossa próxima parada era o Maranhão e precisávamos encontrar uma forma de seguir viagem. Fechamos um carro 4×4 e pagamos R$ 250 por pessoa. Foi dolorido e não contávamos com isso. Para falar a verdade, fomos na sorte procurar uma forma de sair de lá, mesmo sabendo das possíveis limitações. Quase não existe alternativa. A opções são:

1. Voltar de ônibus para Fortaleza e de lá seguir para o Maranhão
2. Voltar de pau de arara + ônibus, parando em algumas cidades para dormir. Leva cerca de 2 ~3 dias.
3. Fechar um transfer 4×4 para te levar

A melhor opção pra nossa viagem era a terceira. Já tínhamos esquematizado hotéis e não tínhamos mais dias de viagem para prolongar. Por isso, se optar por esse mesmo roteiro, seguindo para o Maranhão, se planeje para o próximo destino e cheque os horários.

 

Mochilão pelo nordeste – Parte 2, Travessia Vale do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A travessia do Vale do Pati é considerada um dos trekkings mais bonitos do Brasil. Trata-se de uma trilha que percorre o Parque Nacional da Chapada Diamantina.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Ela tem o total de 70km e sua duração varia de 2, 3, 4 e até 5 dias. A trilha é considerada de nível moderado a difícil. É importante contratar um guia ou agência de confiança, pois são eles que farão os tramites das acomodações e comida. Não é recomendado acampar no meio do parque, por isso existem os pontos de apoio.

Contratamos um guia por indicação. Ele levou mais dois guias para auxiliar nosso grupo. Nós optamos pela rota de 3 dias.

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Início da trilha – Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A imagem acima mostra o início da trilha. Segue-se um pequeno percurso até o morro que é visto ao fundo. Dali para frente é o Vale do Pati. Subimos essa pedreira em direção ao vale.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A trilha por si só é uma grande reflexão de superação. Em algum momentos tive medo de não conseguir, mas não existe opção. É preciso ir em frente, mesmo com chuva ou sol.

Hoje sinto muito orgulho de ter feito essa trilha e ter vivenciado esses momentos. As vezes se encontra pelo caminho essas bases para descansar um pouco.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Onde ficar?

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Ponto de apoio da Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Os nativos do Pati abrem a porta de suas casas para receber os trilheiros. Por lá, existe a opção de alojamento ou camping, com uma cozinha comunitária, onde geralmente os responsáveis pelas trilhas fazem as comidas.

Tudo é rústico, sem luxo, no meio do nada, em pleno contato com a natureza.

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Ponto de apoio da Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Não existe sinal de celular ou internet no vale do pati. Por aqui se aprende muito, a como ser solidário, viver em comunidade, simples e em contato com a natureza.

É possível carregar câmeras e celulares, pois existem placas solares e energia elétrica. Porém, os banhos são geralmente frios

O que levar?

Esteja preparado tanto para o frio quanto para o calor. Acredite, passamos frio na Bahia.

Pensei estar super preparada com uma segunda pele, moletom, botas de trekking e lanternas. Mas, o que eu senti falta mesmo foi uma bela jaqueta corta vento.

No meio da trilha, exaustos, tomamos chuva e ficamos completamente molhados. Por isso, preparei uma lista de equipamentos para você ficar confortável:

  • Botas de trekking impermeáveis
    A bota é um item de segurança. Importante para não escorregar, proteger os tornozelos de possíveis torções, dar firmeza aos pés na hora de pisar em solo com pedras e se impermeável, manter seus pés secos em determinadas condições. Com isso, invista em boas meias de trekking também
  • Segunda pele
  • Camisetas de trilha, que secam rápido
  • Toalha pequena e que seque rápido
  • Mochila pequena
    De preferência com capa de chuva. Lembre-se, ela será sua companheira de caminhada. Leve somente o necessário que possa carregar.
  • Saco estante
    Acredite, melhor lugar para guardar suas roupas e garantir que elas fiquem secas
  • Snacks
    Mesmo que o guia forneça alimentação, é importante levar algumas barrinhas de cereal, bolachas ou chocolates. Gasta-se muita energia durante a trilha.
  • Cantil
  • Jaqueta corta vento
  • Lanterna
  • Canivete
  • Power bank
  • Chapéu
  • Protetor solar
  • Óculos de Sol
  • Repelente

Quanto custa?

Em 2016 paguei R$ 600,00 com alojamento e alimentação inclusa. Éramos um grupo de 5 pessoas e foram agregadas mais 3.

Como chegar?

Combinamos de nos encontrar com os guias na cidade de Palmeiras, ali dormiríamos e sairíamos bem cedo para o início da trilha. Alugamos um carro em Salvador e ficamos hospedados no camping do Seu Dai, por R$ 50 reais um quarto para duas pessoas. O carro ficou R$ 225,20 para cada (lembrando que éramos em 5) durante o período de uma semana.

Na volta, ficamos hospedados no Hostel Sempre Viva, por R$ 35,00 por pessoa. Ambas hospedagens não possuíam café da manhã incluso.

Apesar do tradicional camping do Seu Dai, acho Sempre Viva bem mais confortável. Um fica em frente ao outro.

Depois de concluirmos o trekking do Vale do Pati, seguimos com nosso carro em direção a Lençóis, na Bahia. Outra parte da Chapada Diamantina, dessa vez, com mais estrutura e pontos turísticos. Falaremos sobre ela no próximo post.