Mochilão pelo nordeste – Parte 4: Jericoacora, Fortaleza

Em Salvador, pegamos um vôo com destino a Fortaleza. Do aeroporto fomos direto para a rodoviária, onde partiria nosso ônibus com destino a Jericoacoara.

A passagem custou R$ 74,00 R$ 83,00 (preço 2018) e foi feita pela Fretcar via estrada de asfalto e outra parte em pau de arara. O ônibus fez duas paradas super rápidas para nosso jantar e café, por ultimo, parou em um posto onde o pau de arara nos esperava para a segunda etapa.

Para chegar em Jericoacoara somente com pau de arara ou de 4×4. A vista é linda e uma aventura a parte. Segure bem seus pertences e cuide de crianças, pois balança muito.

Nos hospedamos na pousada Villa Chic. O café da manhã era maravilhoso e cheio de variedades. Uma das melhores tapiocas que comemos durante a viagem.

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

O que fazer em Jericoacoara?

Particularmente não gostei tanto de Jeri como a maioria das pessoas, achei tudo muito sujo e a praia principal nada atrativa. Porém, acho que vale a pena investir nos principais pontos turísticos. Estes sim eu me apaixonei:

1. Pôr do sol na praia da Pedra Furada

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

Essa praia é incrível. Apenas alguns minutos caminhando a partir do centro. Para assistir ao pôr do sol, basta encontrar uma movimentação em uma das ruas principais da cidade e seguir o povo. Não tem segredo.

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Praia da Pedra Furada, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A praia não tem estrutura, portanto, levem água e lanchinhos. Quando o mar não está tão agitado, é boa para se banhar e super tranquila.

Também é de difícil acesso, a descida/subida é bem íngreme e possui várias pedras.

2. Lagoa do Paraíso

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Lagoa do Paraíso, Jericoacoara – Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A Lagoa do Paraíso é enorme e tem diversos locais para ficar, desde os mais tranquilos aos mais badalados, como o Alchymist. Estes locais costumam ter mais estrutura e serem mais caros. Nós optamos pela tranquilidade e ficamos com a praia inteira só para nós.

Pagamos um caminhão para nos levar e buscar, custou R$ 15,00. O motorista nos levou à Pousada do Paulo e lá só pagamos o consumo. Passamos o dia inteiro em um paraíso só para nós.

3. Duna do pôr do sol

Infelizmente, minha opinião não é positiva. Há quem goste, mas eu achei lotado. Ainda no estilo: Olhou tá visto. Não acho que valha a pena. Prefiro mil vezes a Pedra Furada. O povo se amontoa em uma duna na lateral da praia principal e não vejo atrativo nenhum nisso. Quer ver pôr do sol sentado nas dunas? Vá para os Lençóis Maranhenses. Isso sim é lindo.

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Pôr do sol em Jericoacoara, Fortaleza – Foto: Amanda Grande

A dica é: Quer tranquilidade? Invista em praias fora do tradicional e fora dos horários de pico

Existem opções excelentes de restaurantes em Jeri. Para todos os gostos e bolsos. Para vocês terem ideia, a média de preços de almoço e jantar ficaram entre R$ 20 ~ R$ 30.

Por se tratar de um mochilão, fiquei em Jeri por apenas 2 dias completos. Se tivesse mais tempo, com certeza ficaria mais um dia na Lagoa do Paraíso.

 

Nossa próxima parada era o Maranhão e precisávamos encontrar uma forma de seguir viagem. Fechamos um carro 4×4 e pagamos R$ 250 por pessoa. Foi dolorido e não contávamos com isso. Para falar a verdade, fomos na sorte procurar uma forma de sair de lá, mesmo sabendo das possíveis limitações. Quase não existe alternativa. A opções são:

1. Voltar de ônibus para Fortaleza e de lá seguir para o Maranhão
2. Voltar de pau de arara + ônibus, parando em algumas cidades para dormir. Leva cerca de 2 ~3 dias.
3. Fechar um transfer 4×4 para te levar

A melhor opção pra nossa viagem era a terceira. Já tínhamos esquematizado hotéis e não tínhamos mais dias de viagem para prolongar. Por isso, se optar por esse mesmo roteiro, seguindo para o Maranhão, se planeje para o próximo destino e cheque os horários.

 

Mochilão pelo nordeste – Parte 3: Chapada Diamantina, Bahia

O Parque Nacional da Chapada Diamantina possui atrações incríveis para todos os gostos. Retornando do trekking do Vale do Pati, partimos em direção a cidade de Lençóis.

Os tradicionais e mais comuns pontos turísticos da Chapada Diamantina são o Morro do Pai Inácio, Gruta da Pratinha, Poço Azul, Poço encantado. Para roteiros mais longos, é possível ver a Cachoeira da Fumaça, Cachoeira do Buraco, Cachoeira do Mosquito, Cachoeira do Mixila e Cachoeira da Fumacinha.

O mínimo para aproveitar essas atrações é ter livre 3 dias. A viagem de Salvador à Lençóis é longa e a Chapada tem muito o que ser visto.

Meu roteiro foi de apenas 2 dias, pois dali iríamos à Salvador pegar um vôo com destino à Fortaleza.

Dia 1

  • Gruta da Pratinha
  • Cachoeira do Diabo

Como havíamos concluído o trekking do Pati no dia anterior, seguimos viagem de manhã para cidade de Lençóis. Nos hospedamos na Pousada dos Violeiros e fomos direto conhecer a Gruta da Pratinha.

É um lugar gostoso, com bastante estrutura, mas não tem nenhuma vibe de aventura. Muito pelo contrário, muitos turistas e loucura pela foto perfeita.

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Gruta da Pratinha, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

A entrada para gruta custou R$ 30,00.

De lá, partimos para a Cachoeira do Diabo. Uma trilha curta e tranquila. Aproveitamos o fim do dia para nos banhar.

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Cachoeira do Diabo, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

Este passeio não teve custo algum. A entrada na reserva é gratuita.

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Cachoeira do Diabo, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

Dia 2

  • Poço Azul
  • Pôr do Sol no Morro do Pai Inácio
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Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

Segundo dia foi fantástico. A experiência de nadar no poço azul é incrível.

A entrada também custou R$ 30,00, mas com direito a colete salva vidas e snorkel. A fila estava tranquila, depois que entramos chegaram diversos ônibus com excursões. O tempo de permanência dentro da grupo é limitado, mas o suficiente para curtir.

Saindo da gruta, almoçamos em um restaurante próximo, comida caseira por R$ 23,00.

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Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

Fomos atrás de uma lavanderia para cuidar de nossas roupas da trilha e para nosso espanto, custou muito barato. Foram R$ 50,00 para lavar uma penca de roupa de barro + bota de trilha.

No fim do dia fomos ao Morro do pai Inácio para assistir ao pôr do sol. A vegetação do topo é um espetáculo a parte.

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Cachoeira do Diabo, Chapada Diamantina – Bahia – Foto: Amanda Grande

Foi contemplando essa vista que nos despedimos da Bahia e seguimos para o nosso próximo destino: Jericoacoara, Fortaleza.

Mochilão pelo nordeste – Parte 2, Travessia Vale do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A travessia do Vale do Pati é considerada um dos trekkings mais bonitos do Brasil. Trata-se de uma trilha que percorre o Parque Nacional da Chapada Diamantina.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Ela tem o total de 70km e sua duração varia de 2, 3, 4 e até 5 dias. A trilha é considerada de nível moderado a difícil. É importante contratar um guia ou agência de confiança, pois são eles que farão os tramites das acomodações e comida. Não é recomendado acampar no meio do parque, por isso existem os pontos de apoio.

Contratamos um guia por indicação. Ele levou mais dois guias para auxiliar nosso grupo. Nós optamos pela rota de 3 dias.

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Início da trilha – Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A imagem acima mostra o início da trilha. Segue-se um pequeno percurso até o morro que é visto ao fundo. Dali para frente é o Vale do Pati. Subimos essa pedreira em direção ao vale.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

A trilha por si só é uma grande reflexão de superação. Em algum momentos tive medo de não conseguir, mas não existe opção. É preciso ir em frente, mesmo com chuva ou sol.

Hoje sinto muito orgulho de ter feito essa trilha e ter vivenciado esses momentos. As vezes se encontra pelo caminho essas bases para descansar um pouco.

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Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Onde ficar?

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Ponto de apoio da Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Os nativos do Pati abrem a porta de suas casas para receber os trilheiros. Por lá, existe a opção de alojamento ou camping, com uma cozinha comunitária, onde geralmente os responsáveis pelas trilhas fazem as comidas.

Tudo é rústico, sem luxo, no meio do nada, em pleno contato com a natureza.

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Ponto de apoio da Travessia do Pati – Chapada Diamantina, Bahia

Não existe sinal de celular ou internet no vale do pati. Por aqui se aprende muito, a como ser solidário, viver em comunidade, simples e em contato com a natureza.

É possível carregar câmeras e celulares, pois existem placas solares e energia elétrica. Porém, os banhos são geralmente frios

O que levar?

Esteja preparado tanto para o frio quanto para o calor. Acredite, passamos frio na Bahia.

Pensei estar super preparada com uma segunda pele, moletom, botas de trekking e lanternas. Mas, o que eu senti falta mesmo foi uma bela jaqueta corta vento.

No meio da trilha, exaustos, tomamos chuva e ficamos completamente molhados. Por isso, preparei uma lista de equipamentos para você ficar confortável:

  • Botas de trekking impermeáveis
    A bota é um item de segurança. Importante para não escorregar, proteger os tornozelos de possíveis torções, dar firmeza aos pés na hora de pisar em solo com pedras e se impermeável, manter seus pés secos em determinadas condições. Com isso, invista em boas meias de trekking também
  • Segunda pele
  • Camisetas de trilha, que secam rápido
  • Toalha pequena e que seque rápido
  • Mochila pequena
    De preferência com capa de chuva. Lembre-se, ela será sua companheira de caminhada. Leve somente o necessário que possa carregar.
  • Saco estante
    Acredite, melhor lugar para guardar suas roupas e garantir que elas fiquem secas
  • Snacks
    Mesmo que o guia forneça alimentação, é importante levar algumas barrinhas de cereal, bolachas ou chocolates. Gasta-se muita energia durante a trilha.
  • Cantil
  • Jaqueta corta vento
  • Lanterna
  • Canivete
  • Power bank
  • Chapéu
  • Protetor solar
  • Óculos de Sol
  • Repelente

Quanto custa?

Em 2016 paguei R$ 600,00 com alojamento e alimentação inclusa. Éramos um grupo de 5 pessoas e foram agregadas mais 3.

Como chegar?

Combinamos de nos encontrar com os guias na cidade de Palmeiras, ali dormiríamos e sairíamos bem cedo para o início da trilha. Alugamos um carro em Salvador e ficamos hospedados no camping do Seu Dai, por R$ 50 reais um quarto para duas pessoas. O carro ficou R$ 225,20 para cada (lembrando que éramos em 5) durante o período de uma semana.

Na volta, ficamos hospedados no Hostel Sempre Viva, por R$ 35,00 por pessoa. Ambas hospedagens não possuíam café da manhã incluso.

Apesar do tradicional camping do Seu Dai, acho Sempre Viva bem mais confortável. Um fica em frente ao outro.

Depois de concluirmos o trekking do Vale do Pati, seguimos com nosso carro em direção a Lençóis, na Bahia. Outra parte da Chapada Diamantina, dessa vez, com mais estrutura e pontos turísticos. Falaremos sobre ela no próximo post.

Mochilão pelo nordeste – Parte 1, Salvador – Bahia

Hoje retorno ao blog para falar um pouco sobre uma viagem que fiz há dois anos atrás, mas que percebo a falta de informação e muitas pessoas com dúvidas. Trata-se do meu mochilão pelo nordeste. Fui em Julho de 2016, portanto, os valores aqui postados estarão desatualizados, mas servem como base para viagens futuras.

Meu roteiro de 15 dias pelo nordeste foi separado em quatro partes, sendo elas:

Começaremos por Salvador e seus principais pontos turísticos.

Roteiro: Salvador em 2 dias

Onde se hospedar?

Partimos de São Paulo com destino à Salvador, onde ficamos dois dias. Nos hospedamos no Hostel Che Lagarto, no farol da barra. A região é excelente, com fácil acesso a ônibus, táxi, Uber, praias e restaurantes.

A linha de ônibus que sai do aeroporto passa em rente ao hostel. A volta é grande, mas é uma alternativa para quem quer economizar.

Onde ir?

1. Farol da Barra

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Farol da Barra, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

O farol é um espetáculo a parte, renda fotos lindas. A vista para quem vai até o topo é privilegiada. Eu recomendo a entrada para aqueles que querem um passeio mais completo, o ingresso era de R$ 7,50.

Vista de dentro do farol:

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Farol da Barra, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

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Farol da Barra, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

Em complemento, descer sentido a praia, na lateral do farol, é possível fotografá-lo por inteiro. Aos que querem contemplar a natureza, é possível sentar nas rochas, ouvir o mar e ver as ondas batendo nas pedras. Cuidado por aqui, é difícil de caminhar e quando o mar está agitado fique longe para não cair na água. É por sua conta e risco

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Praia do Farol da Barra, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

2. Pelourinho

A região do Pelourinho é um pouco perigosa. Infelizmente, existem vários pontos de batedores de carteira. Portanto, aqui fique esperto. Não dê bandeira com celulares, câmera e dinheiro.

É uma área bem movimentada. Prepare-se para ser abordado diversas vezes por vendedores de fitinhas e colares. Eles chegam já amarrando no seu braço e te fazem pagar por isso. Fiquem espertos.

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Pelourinho, Salvador – Bahia

Para mim, é um ponto do tipo “olhou tá visto”. Todos falam e você tem que conhecer para tirar suas próprias conclusões.

Fora as ressalvas, existem várias lojinhas de lembranças, artesanatos e quadros. Para quem quiser, também tem várias igrejas histórias para se conhecer a pé.

Aqui VOCÊ TEM QUE tomar o suco de limão com coco. Sério. Foi uma das bebidas mais gostosas que tomei na vida. Na época custou R$ 5,00. É super tradicional e fácil de encontrar.

Para acompanhar, existem várias barraquinhas de acarajé (R$ 8,00).

3. Igreja do Bonfim

Aos devotos da igreja católica, recomendo assistir à uma missa. Chegue cedo e consiga sentar. A igreja lota até os portões, diversos fiéis ficam de pé, na rua mesmo. A missa é animada e existe muita emoção.

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Igreja do Bonfim, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

Não deixe de amarrar uma fitinha nos portões e façam seus pedidos.

Compramos algumas fitinhas por R$ 2,00.

Tentamos pegar ônibus à noite nesta região e demorou muito. Então, esteja atento aos horários ou opte por Uber.

5. Elevador Lacerda e Mercado Municipal.

Aqui é outra região que merece atenção no quesito segurança. Os mesmos conselhos dados para o pelourinho servem para cá.

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Elevador Lacerda, Salvador – Bahia – Foto: Amanda Grande

A vista é linda. Recomendo usar o elevador Lacerda para descer ao Mercado Municipal. Na época custou apenas R$ 0,15 e poupou uma boa caminhada.

Para tem mais dias exclusivos na Bahia e quer curtir praias, recomendo visitar Morro de São Paulo e Ilha de Itaparica.